Saúde em Alerta - 05/01/2023 16:16 (atualizado em 05/01/2023 16:29)

SC tem "boom" de dengue com crescimento de 335% em um ano; veja cidades com mais casos

Foram registrados 83.268 infectados em Santa Catarina em 2022
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Santa Catarina viveu um “boom” de casos de dengue em 2022. Até o dia 24 de dezembro, foram registradas 83.268 notificações, número que, segundo a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive-SC), pode ser maior. O aumento foi 335% em relação ao mesmo período de 2021, quando foram computados 19.161 registros.

A bióloga da Diretoria de Vigilância Epidemiológica do Estado, Tharine Dal-Cim, diz que o país viveu uma epidemia de dengue no ano passado e que Santa Catarina não passou à margem do problema enfrentado em todo país. Proporcionalmente, porém, SC teve um aumento expressivo em relação ao percentual nacional. Além do “boom” de casos, 142 municípios são considerados infestados pelo mosquito Aedes aegypti.

Segundo dados do Ministério da Saúde, foram detectados 1,423 milhão de casos possíveis de dengue (que é como o governo federal nomeia os registros) ao longo do ano passado em todo o Brasil. Quando comparado com o ano de 2021, ocorreu um aumento de 160,4% casos — em SC esse percentual chega a 335%.

A nível nacional, o Sul do país foi a segunda região com mais casos de dengue em 2022 (1.047,5 casos/ para cada 100 mil habitantes). Joinville foi a única cidade da região que apareceu entre as cinco com mais infectados no ano passado, com 21.339 doentes.

Para tentar frear os casos, a prefeitura adotou estratégias como visita aos domicílios, empresas, postos de saúde e escolas para evitar o foco do mosquito. Outra medida foi a instalação em vários locais da cidade as Estações Disseminadoras de Larvicida, em parceria entre as vigilâncias Sanitária e Ambiental

Dados da Dive-SC apontam, ainda, que entre 2 de janeiro e 24 de dezembro do ano passado, foram identificados focos do mosquito em 233 dos 295 municípios. Isso representa um aumento de 10,9% em relação ao ano anterior.

Apesar do "boom" de casos, a bióloga da Dive diz que após um pico de infectados, os números começaram a cair. A situação é considerada normal, explica a especialista. Segundo ela, a dengue é uma doença cíclica — oscilando entre períodos de maior e menos doentes.

O verão quente e úmido é um fator que preocupa, pois é quando os focos do mosquito podem aumentar e, consequentemente, os doentes. A infectologista Carolina Ponzi comenta que a dengue é mais perigosa em caso de reinfecção e que é possível contrair a doença por até quatro vezes, número de tipo que ela infecta. 

— Podemos ter casos de dengue grave justamente porque temos um número maior de pessoas que já contraíram a doença aqui no Estado — diz a médica.

Município com maior incidência vê aumento como "excepcional"

É de Coronel Freitas, no Oeste catarinense, a maior taxa de incidência de casos de dengue em 2022. O município registrou 1.886 casos da doença no ano passado. Para a equipe de endemias da cidade, o fato é “excepcional”.

A agente de endemias do município, Maria de Nazaré Macedo Kowaleski avalia que apesar da cidade viver uma infestação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, a maioria dos doentes foi infectado em outros locais que não Coronel Freitas.

Segundo ela, o pico de infecções foi em abril, época em que uma pessoa morreu pela doença no município. O homem, que não teve a idade divulgada, chegou a ser internado em um hospital de Chapecó, mas faleceu por complicações da doença.

Para tentar combater a dengue, os três agentes comunitários se mobilizaram na distribuição de telas e a prefeitura adquiriu um drone para monitorar áreas que são prováveis focos de proliferação do mosquito.

Cuidados devem ser mantidos

A bióloga Tharine Dal-Cim orienta que as pessoas mantenham os cuidados para evitar a proliferação do mosquito. As ações são evitar o acúmulo de água de recipientes como vasos de plantas, calhas de água e até em reservatórios de geladeiras.

Ela explica ainda que os sintomas mais comuns da dengue são febre alta, fraqueza, dor nas articulações. O doente deve evitar a automedicação, diz Tharine, que recomenda hidratação como autocuidado.

Como evitar a proliferação do mosquito? 
- Evite usar pratos nos vasos de plantas. Se usá-los, coloque areia até a borda; 
- Guarde garrafas com o gargalo virado para baixo; 
- Mantenha lixeiras tampadas; 
- Deixe os depósitos d’água sempre vedados, sem qualquer abertura, principalmente as caixas d’água; 
- Plantas como bromélias devem ser evitadas, pois acumulam água; 
- Trate a água da piscina com cloro e limpe-a uma vez por semana; 
- Mantenha ralos fechados e desentupidos; 
- Lave com escova os potes de comida e de água dos animais no mínimo uma vez por semana; 
- Retire a água acumulada em lajes; 
- Dê descarga, no mínimo uma vez por semana, em banheiros pouco usados; 
- Mantenha fechada a tampa do vaso sanitário; 
- Evite acumular entulho, pois ele pode se tornar local de foco do mosquito da dengue;
- Denuncie a existência de possíveis focos de Aedes aegypti para a Secretaria Municipal de Saúde; 
-  Caso apresente sintomas de dengue, chikungunya ou zika vírus, procure uma unidade de saúde para o atendimento.
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Fonte: NSC
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